Super TPM: o que é o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual?

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Por Caroline Salazar
Edição: Nathalia Veras

Você já escutou falar sobre o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual? Te pergunto, pois para mim foi uma palavra nova até eu escutá-la, pela primeira vez, em janeiro deste ano. 

Quando escutei, logo fui pesquisar e conversar com os parceiros do A Endometriose e Eu para entender mais sobre o problema, e fiquei perplexa sobre o quanto esse transtorno é grave e como pode acarretar danos irreversíveis a muitas mulheres, inclusive, endomulheres.

O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), mais conhecido como a “Super TPM”, atinge cerca de 2 a 5% das mulheres em idade reprodutiva, e aparece nos dias que antecedem a menstruação.

Os sintomas mais frequentes são: irritabilidade, pensamentos suicidas, ansiedade acentuada, depressão, insônia, tensão, alteração do apetite (perda ou excessos alimentares), sentimentos de ter os nervos à flor da pele – sabe aqueles que não deixam a mulher ter esperança? -, pensamentos autodepreciativos, letargia, menos interesse pelas atividades cotidianas e dificuldade de concentração.

Há também alguns sintomas físicos, tais como: inchaço e ou sensibilidade das mamas, dor de cabeça, dor nos músculos e nas articulações, sensação de inchaço no corpo e, consequentemente, aumento de peso.

Vale lembrar que esse transtorno vai além das TPM’s que muitas mulheres têm mensalmente. O que me assustou é a forma severa como esse transtorno, que foi reconhecido pela medicina apenas no início dos anos 2000, afeta a saúde mental da mulher, levando-a muitas vezes à internação psiquiátrica, pois muitas tentam tirar a própria vida ou podem até mesmo cometer homicídio.

Quando conheci mais sobre esse transtorno, fiquei pesando: “Quantas mulheres têm, inclusive, as endomulheres, e muitas não sabem sequer sobre o problema? São taxadas de histéricas, desequilibradas e loucas quando ficam na TPM”.

Infelizmente muitas mulheres são vítimas de deboches, inclusive, de

outras mulheres, além de terem o diagnóstico retardado, pois facilmente alguns sintomas da TDPM podem ser confundidos com o transtorno bipolar. Muitas vezes, elas são doces e amáveis, mas viram “bicho”, como falam, quanto antecede aqueles dias.

Em 2017 pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos – National Institutes of Health (NIH) – descobriram os mecanismos moleculares que explicam porque algumas mulheres ficam muito mais irritadas, tristes e ansiosas nesta fase.

“Nós encontramos um gene suspeito de ter uma expressão desregulada. Isso aumenta a evidência de que o TDPM é um distúrbio e uma resposta da célula ao estrogênio e progesterona”, disse Peter Schmidt, do Instituto de Saúde Mental e Endocrinologia Comportamental do NIH.

O estudo foi publicado na revista “Molecular Psychiatry” e apontou que os genes ESC/E(Z) podem estar relacionados a esse transtorno que afeta a forma como os hormônios sexuais interagem com outros genes.

“Aprender mais sobre esse complexo genético mantém a esperança de melhorar o tratamento de tais distúrbios do humor nos sistemas endócrino e reprodutivo”, emendou ele, que comandou o estudo.

Os pesquisadores estudaram os glóbulos brancos das mulheres para ver como eles reagem ao estrogênio e à progesterona. As células de mulheres que tinham o Transtorno Disfórico Pré-menstrual expressaram genes de forma diferente daquelas que não tinham o problema.

O tratamento é feito com psiquiatra e, como em qualquer doença, quanto antes a mulher for diagnosticada menos ela vai sofrer. Portanto mulheres: prestem atenção em qualquer alteração do seu corpo! E isso vale também para sua saúde mental! E o que é muito importante: procure ajuda médica! Beijo carinhoso!

Fonte imagem: Deposit Photos/ Caroline Salazar

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