Ano passado, após o afastamento da apresentadora Eliana do seu programa semanal do SBT, um assunto ganhou destaque nas mídias: o descolamento de placenta.
Eliana, que já voltou à sua rotina de trabalho após o nascimento da filha, teve de fazer repouso absoluto a partir do 5º mês até o fim de sua gestação.
Mas, você sabe o que é o descolamento de placenta? O que causa esse descolamento, seus sintomas e seu tratamento? A doutora Graciela Morgado explica o assunto. Beijo carinhoso! Caroline Salazar
Por doutora Graciela Morgado
Edição: Caroline Salazar
Descolamento de placenta: o que é, as causas, os sintomas e o tratamento!
Você sabia que o descolamento de placenta é mais comum do que imaginamos?
A placenta é um órgão fixado no útero, que se desenvolve especificamente na gravidez com a função de prover nutrientes e enviar oxigênio para o feto.
Quando um pequeno pedaço dessa estrutura se descola da parede uterina, forma-se então, o descolamento de placenta.
Essa é uma condição grave, que tem que ser acompanhada de perto e que pode causar sangramentos na gestação e interferir no crescimento fetal, na oxigenação e entrega de nutrientes para o bebê.
Esse problema é responsável por cerca de 25% dos partos prematuros, mas em casos extremos pode até levar ao óbito fetal. É mais comum no terceiro trimestre de gestação, mas pode ocorrer desde a 20ª semana.
Não se sabe ao certo as causas do descolamento de placenta, mas sabe-se que alguns fatores podem aumentar o risco para a patologia. São eles:
– Descolamentos em gestações anteriores;
– Hipertensão crônica ou pré-eclâmpsia;
– Problemas de coagulação sanguínea;
– Rompimento prematuro da bolsa;
-Excesso ou falta de líquido amniótico;
– Gestação Múltipla;
– Uso de tabaco e/ou álcool;
– Idade;
– Infecções.
Caso ocorra um desses fatores de risco, é importante ficar atenta aos sintomas que podem indicar um descolamento de placenta. Os principais são:
– Sangramento Vaginal (pode ser em pouca quantidade ou em maior volume);
– Desconforto e dor lombar;
– Cólicas abdominais súbitas e dores no útero;
– Contrações frequentes e próximas e o rompimento precoce da bolsa.
Tratamento:
Após o diagnóstico do descolamento, deve-se iniciar o tratamento imediatamente.
Se o problema ocorrer de forma prematura – entre a 20ª e 30ªsemanas – é indicado o tratamento com medicamentos para conter o sangramento e em alguns casos para conter as contrações se a paciente entrar em trabalho de parto.
Nesses casos, a indicação é repouso absoluto e aguardar o amadurecimento do bebê para que o parto ocorra. Pode ser recomendado que a paciente tome injeções de corticoide para acelerar a formação dos pulmões.
Quando a gravidez já progrediu bastante (a partir de 34 semanas), pode ser necessário adiantar o parto.
Por isso cuide-se e cuide de quem você ama!
Sobre a doutora Graciela Morgado Folador:
Ginecologista e obstetra, Graciela Morgado Folador tem Pós-graduação em Endometriose, em Cirurgia Minimamente Invasiva, em Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida e Especialização em Vídeo-histeroscopia. É membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE) e da Advancing Minimally Invasive Gynecology Wordwide (AAGL). É médica-colaboradora do setor de Endometriose do Hospital das Clínicas de São Paulo, USP. Siga a fanpage da doutora Graciela.
Fonte imagem: Deposit Photos/ Caroline Salazar