Em mais uma tradução exclusiva, o doutor Andrew Cook explica de forma didática o que é endometriose, fala de seus sintomas, qual é o local mais comum atingido pela doença e deixa claro que a endometriose pode atingir qualquer mulher, não importa a idade, a etnia e a classe socioeconômica.
Preste atenção sobre a definição que ele dá à doença! O doutor Cook deixa claro que o tecido da endometriose não é igual ao do endométrio, embora sejam parecidos. Por isso não podemos falar que é o mesmo, pois suas glândulas e estromas são diferentes.
O cirurgião americano também lamenta o diagnóstico ainda tão tardio e fala da peregrinação de médico em médico que a portadora faz em busca do diagnóstico correto.
Uma leitora esteve em consulta com ele e, como o caso dela era cirúrgico, ele logo já disse sua taxa de reincidência: de 15 a 25%. Há mais de 30 anos como cirurgião excisista, o doutor Cook tem uma taxa de cura de 75 a 85%.
Mas o ponto alto do texto são os fatos pouco conhecidos, que o doutor Cook cita no fim do texto, e que muitos deles ajudam a desmisitificar a endometriose, principalmente, em relação à sua origem.
Compartilhe maos um texto exclusivo do A Endometriose e Eu e ajude-nos a levar uma nova conscientização da endometriose. Beijo carinhoso! Caroline Salazar
Por doutor Andrew Cook
Tradução: Miriam Ávila
Edição: Caroline Salazar
O que é endometriose?
A endometriose é uma condição em que o tecido parecido (nota da editora: leia bem, parecido, e não igual) com o revestimento interno do útero (o endométrio) é encontrado fora do útero, em um lugar onde não deveria estar.
Este tecido anormal contém glândulas endometriais e estroma. As glândulas segregam substâncias que irritam os tecidos circundantes, às vezes causando sangramentos.
O sistema imunológico responde à liberação dessas substâncias liberando proteínas inflamatórias que correm para o local da doença, causando inchaço e inflamação.
A própria doença e a resposta inflamatória à doença podem causar dor pélvica grave à paciente. Com o tempo, forma-se o tecido cicatricial e desenvolvem-se bandas de cicatrizes, colando os órgãos pélvicos (aderências).
Quais são os sintomas da endometriose?
Muitas pacientes descobrem que seus sintomas flutuam durante o ciclo mensal. A dor pode piorar no momento da menstruação e às vezes também durante a ovulação.
Acredita-se que essas flutuações sejam devido a alterações nos níveis hormonais que afetam a atividade da endometriose. A endometriose contém receptores de estrogênio e progesterona.
Esses receptores influenciam a atividade da doença respondendo aos níveis de estrogênio e progesterona no ambiente circundante. O local mais comum da endometriose é o peritônio, uma membrana serosa que cobre o interior da pelve e as estruturas pélvicas.
A maioria das mulheres com endometriose possui lesões superficiais planas envolvendo o peritônio que não podem ser detectadas por exames de imagem (ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética).
Em alguns casos, porém, as lesões são profundas e invasivas e podem envolver bexiga, intestino, ureteres, ovários e até locais distantes, como o diafragma, pulmão.
A endometriose é uma das doenças ginecológicas mais comuns, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (NICHD). Estima-se que cerca de 1 em cada 10 mulheres sejam afetadas pela doença, o que equivale a mais de 176 milhões de mulheres no mundo todo.
A endometriose não discrimina a idade, etnia ou status socioeconômico. Pode afetar mulheres de todas as esferas da vida e em todas as fases da vida: alunas adolescentes, mães, mulheres que desistiram de ter filhos e mulheres após a menopausa.
A doença pode afetar todos os aspectos da qualidade de vida de uma garota/ mulher. Muitas mulheres sofrem por anos e procuram vários médicos antes de finalmente receber o diagnóstico. O diagnóstico é tardio.
A média, do início dos sintomas até o diagnóstico final, é de 7 a 10 anos. Pode-se suspeitar de endometriose se uma mulher estiver sofrendo de dor pélvica, dor cíclica, sexo doloroso, evacuações dolorosas, micção dolorosa e / ou sintomas gastrointestinais.
Os sintomas gastrointestinais podem incluir diarréia, constipação, náusea, gases, inchaço abdominal e cólicas intestinais. Durante o exame de toque, a paciente pode relatar áreas específicas de sensibilidade e dor.
O médico pode detectar nódulos atrás do útero da paciente. Um diagnóstico real só é possível através de cirurgia, onde são obtidas biópsias de qualquer área de tecido anormal, que são enviadas a um patologista para inspeção microscópica e confirmada a presença de glândulas e estroma tipo endometrial.
Os fatos menos conhecidos sobre endometriose:
– Você sabia que a endometriose pode persistir na menopausa?
– Você sabia que já foi encontrada endometriose envolvendo pulmão, cérebro, olho, rim e fígado?
– Você sabia que a paciente mais velha já tratada com endometriose estava na casa dos 80 anos?
– Você sabia que os relatos anedóticos de endometriose datam de 1825 a.C. no Papiro de Kahun no Egito antigo?
– Você sabia que a endometriose foi relatada em fetos natimortos, meninas pré-adolescentes, homens em tratamento para câncer de próstata e mulheres nascidas sem útero?
Fonte e imagem texto: Vital Health
2 Comentários
Querida Carol, você tem a fonte do artigo original? Obrigada 🙂
Lucia, querida! A fonte é a Vital Health e está linkada, é só procurar o texto lá em inglês 🙂 Beijo carinhoso!