Após alguns pedidos, eis aqui o primeiro artigo sobre a dieta para endometriose. Falei primeiro porque o tema é muito abrangente.
Muitos estudos científicos de endometriose apontam que ter uma dieta balanceada e rica em certos alimentos são essenciais para manter o equilíbrio hormonal do corpo feminino.
Afinal, o que podemos ingerir, o que devemos consumir menos e o que devemos evitar? Lembre-se, você é aquilo que você ingere.
Portanto, quanto maior o consumo de alimentos ricos em fibras, ômega 3 e vitamina C (esse merece um artigo especial) melhor será o funcionamento de nosso organismo.
Há alimentos que aumentam a inflamação em nosso organismo. Consequentemente esses alimentos ajudam a aumentar a dor.
Este é apenas o primeiro artigo sobre o tema, pois ele é muito complexo. Eu também deixo bem claro que, assim como cada tratamento de uma mulher com endometriose, a dieta para endometriose tem de ser individual e receitada por uma nutricionista.
Porém pesquisando sobre o assunto encontrei um texto de um estudo italiano da minha querida amiga Cristina De Angelis, da Fundação Italiana de Endometriose, que foi especialmente desenvolvido para quem tem endometriose.
Nele há muitos dos alimentos que são permitidos, os que devemos reduzir e os que são proibidos. Gentilmente, Cristina autorizou a tradução.
Eu acrescentei algumas coisas, para explicar melhor pra vocês, mas a fonte principal foi o Endometriosit. Espero que curtem.
Tradução e edição: Caroline Salazar
Alimentos Permitidos:
Fibras:
Elas têm um poder muito grande no funcionamento de nosso organismo. Além de ser uma das armas contra a obesidade, sabemos que a ingestão de fibras ajuda o intestino a funcionar melhor.
E isso é um grande alívio para nós, portadoras de endometriose, que, geralmente, tem o intestino preso ou solto demais.
O que poucos sabem é que as fibras reduzem o estrogênio que perambulam pelo nosso sangue. Se o estrogênio é um dos vilões da endometriose, então, as fibras, além de serem muito benéficas para nós, é uma grande aliada no combate aos sintomas da endometriose.
E não é só a endometriose. Essa dica vale também para quem tem câncer, pois o estrogênio é o responsável por estimular o crescimento das células das mamas, assim como dos tecidos dos órgãos reprodutores.
Com o consumo de uma dieta rica em fibras, além proteger também o nosso organismo contra o câncer de mana, afasta o câncer de intestino e também o de pâncreas, pois as fibras controlam a glicemia, o diabetes e isso faz com que o pâncreas trabalhe sem exageros.
Para isso, o estudo italiano recomenda um aumento de 20 a 30% de fibras nas refeições, tais como: trigo, frutas e vegetais, arroz integral, dentre outros.
Dos cereais, a aveia é um dos alimentos mais ricos em fibras. As fibras podem ser encontradas em alimentos como: legumes, verduras, frutas, cereais integrais, leguminosas, farelos e sementes, como a linhaça.
Os nutricionistas alertam que o ideal mesmo é dividir as porções de frutas, verduras e legumes ao longo do dia.
Omega 3:
O benefício do ômega 3 para quem tem endometriose já foi abordado no blog, mas é bom frisar que o aumento do consumo de ácidos graxos de ômega 3 promove a produção de prostaglandina PGE, que reduz o nível de inflamação abdominal provocada pela endometriose.
Sabemos também que o peixe é um excelente aliado para quem quer perder peso e também ajuda a controlar o nível de colesterol no sangue. Diminui os níveis de triglicerídeos e de colesterol total.
Os peixes conhecidos como peixe-azul ou de água-fria, tais como, sardinha, cavala, linguado, atum, salmão, anchova, bonito, peixe- espada, dentre outros, são os mais ricos em ômega 3. Por isso, recomenda-se um aumento no consumo desses peixes.
Os chamados frutos do mar, como camarões, mariscos e lagostas também contém ácido graxo, mas em menor quantidade. E, por agir nas células nervosas, o ômega 3 ajuda combater a depressão, a ansiedade, o cansaço mental e os problemas de sono.
Óleos vegetais, de oliva (azeite), castanhas, nozes também são ótimas opções de ômega 3, que também protege nosso coração e nosso cérebro, nossos mais poderosos órgãos vitais.
Os ácidos graxos, presentes no óleo de peixe, podem inibir a formação dos implantes endometriais.
Leite e produtos lácteos:
Estes produtos também contribuem para a estimulação da produção de prostaglandina PGE2 e PGF2A, responsável por alguns processos inflamatórios, e essa proteína é essencial também para a manutenção de nossa imunidade.
Mesmo sabendo que as portadoras precisam diminuir o consumo de alimentos à base de gordura animal, como carnes e leites, ao mesmo tempo eles são essenciais para um bom funcionamento do nosso organismo.
Para quem é vegetariano é necessário a substituição desses nutrientes por outros com mesmo teor de vitaminas e minerais.
O consumo de leite também pode afetar o funcionamento do intestino. Por isso é preciso cautela e é melhor ingeri-lo em menor quantidade. Sempre dê preferência aos que têm menos gordura, no caso do leite, os desnatados.
Carnes:
Assim como os laticíneos, a carne também promove a produção de PGF2A, o que controla a nossa imunidade, mas deve ser ingerida o mínimo possível, no caso das endomulheres, moderadamente.
É sempre bom dar preferência à orgânica ou aquela cultivada em locais como chácaras, sítios e fazendas, de onde sabemos a procedência e quem cultivou, já que essas têm menos agrotóxicos, os tais venenos.
Sinal vermelho para a carne industrializada ou boa parte delas que são vendidas no Brasil. Um boa opção é trocar a vermelha pela branca.
É nessas horas, em especial, nas guloseimas saudáveis que eu tenho saudades do meu estado natal, Goiás, onde eu sabia toda a procedência dos alimentos que eu consumia.
Alimentos que devemos reduzir:
Cafeína, álcool, chocolate, gorduras saturadas, manteiga e margarina, bebidas ricas em açúcar e carboidratos refinados.
Chocolates, açúcares, arroz, refrigerantes e pratos preparados com farinha refinada enfraquecem os músculos, aumentam a fadiga e nos deixam ainda mais irritadas e ansiosas.
Alimentos que devemos evitar:
Todos os produtos de soja e que contém fitoestrogênios, os alimentos contaminados por dioxinas (as toxinas ambientais liberadas na atmosfera depositadas no meio ambiente) podem agravar os sintomas da endometriose, em especial, ao de origem animal.
Já as gorduras saturadas, as trans ou as hidrogenadas (são aquelas produzidas artificialmente e adicionadas aos produtos industrializados) podem aumentar processos inflamatórios no nosso organismo.
Elas estão presentes em biscoitos recheados, sorvetes de massa, frituras, frios, congelados, embutidos e, em especial, nos fast foods.
Fonte imagem: Pixabay
Texto publicado no blogspot em 26 de setembro de 2012