Infertilidade primária X infertilidade secundária: Você sabe a diferença?

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Neste mês de junho, a partir da nossa campanha “Vamos falar sobre a EndoInfertilidade”, escreverei alguns textos para conscientizar ainda mais sobre o mês da infertilidade.

Você sabia que a infertilidade pode ser primária ou secundária?

Já escrevi sobre o tema em 2016 no blogspot, mas é preciso muita conscientização sobre o assunto, especialmente em relação à infertilidade secundária.

Muito se fala sobre o casal que tenta engravidar pela primeira vez, e não consegue. Segundo a Organização Mundial de Saúde, um casal é considerado infértil após 12 meses mantendo relações sexuais regulares sem o uso de nenhum contraceptivo.

Porém, se o casal tenta o primeiro filho e não consegue, esse casal entra para o quadro de infertilidade primária, pois ainda não conceberam. E muitas pessoas acham que a infertilidade atinge somente essas pessoas (que nunca tiveram filhos).

Porém, quantas histórias você já não escutou daqueles casais que tentam dar um irmão ao primeiro filho, ou ao segundo, terceiro, mas não conseguem?

As causas da infertilidade secundária, geralmente, são as mesmas das primárias: tubas uterinas obstruídas, baixa reserva ovariana ou algum outro problema de ovulação, cicatrizes no útero, endometriose e baixa produção de esperma para os homens, dentre outras.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, no Brasil, 12,6% das mulheres entre 25 a 49 anos possuem infertilidade secundária.

São mulheres que já tiveram um filho ou mais filhos, porém, num período de 5 anos com sexo regular e sem uso de métodos contraceptivos, não tiveram uma nova gestação.

Quem sofre de infertilidade secundária tem sua dor velada e sofre em silêncio. Pelo fato de já terem tido um ou mais filhos, é difícil ver mulheres que sofrem da infertilidade secundária se queixando dela, como é comum no caso da infertilidade primária.

Elas sentem que não serão compreendidas como se não tivessem o direito de querer mais um filho.

Outra questão é a culpa que essas mulheres (ou homens) sentem quando se descobrem inférteis.

Por exemplo: quem sempre sonhou em ter dois, três ou quatro filhos, ou quem vem de uma família com muitos irmãos, quando se descobre infértil secundário começa a ter a culpa de que ter apenas uma criança não é suficiente.

Pior é o sofrimento de quem se descobre infértil, após ter tido uma gestação natural e fácil com um parceiro anterior. Há um receio de um julgamento de não “dar” ao parceiro o que já tem ou ainda o mito de ter uma incompatibilidade do novo casal.

Ao mesmo tempo, como essas mulheres já tiveram filho (um ou mais), quem sofre da primária julga as que sofrem com a secundária por já terem conseguido gerar. É como se elas não pudessem expor e sofrer por não conseguirem ter mais filhos.

Por isso, o sofrimento dessas pessoas é em silêncio, solitário. E isso não é justo. Precisamos falar mais sobre infertilidade secundária e suas consequências, pois ninguém deve sofrer calada.

Independentemente do tipo de infertilidade que você sofre, temos de lembrar que é uma doença reconhecida pelo Ministério da Saúde e com Classificação Internacional de Doenças (CID), e que é um direito de todo cidadão brasileiro ter acesso ao tratamento para realizar o sonho da maternidade e paternidade.

Mas este tema será assunto para outro texto. Beijo carinhoso!

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