Todo mês há a conscientização sobre uma determinada doença. Desde que seja para informar e não desinformar, eu sou muito a favor destas campanhas, pois com elas a informação pode chegar a um número maior de pessoas.
O mês de novembro é conhecido por aumentar a consciência sobre o câncer de próstata, a 2ª maior causa de morte entre os homens, perdendo apenas para o câncer de pele não-melanoma.
O Novembro Azul é um movimento mundial que surgiu em 2003 na Austrália com o nome de Movember, em homenagem ao dia 17 de novembro que já era o “Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata”.
O movimento pioneiro foi criado por dois amigos: Travis Garone e Luke Slattery enquanto tomavam cerveja num bar de Melbourne. Eles tinham o desejo que a onda dos bigodes voltasse à moda, pois ninguém mais os usavam.
Inspirados por uma mãe de um amigo que estava com câncer de mama e arrecadava fundos para seu tratamento, Travis e Luke tiveram a ideia de fazer o mesmo para o câncer de próstata. A ideia foi deixar o bigode crescer e começaram a cobrar 10 dólares de cada bigodudo que aderisse à causa.
Logo no primeiro ano 30 amigos se juntaram a eles e, de uma simples brincadeira, os amigos australianos criaram este movimento importante, que aterrizou no Brasil em 2008, e tem o bigode como símbolo da campanha.
Por isso vemos os famosos bigodes nas campanhas do Novembro Azul. Apesar do A Endometriose e Eu ser voltado à saúde da mulher, especialmente, à endometriose cerca de 15% dos leitores são homens.
Muitos companheiros – seja namorado ou marido – entram em contato comigo para pedir ajuda para suas companheiras. Muitos deles acham o blog antes mesmo de suas companheiras, por isso acho importante abordar o tema aqui.
Por isso resolvi reeditar um texto de novembro de 2016 da fisioterapeuta Ana Paula Bispo, doutora em urologia, que está no blog do blogpsot, onde ela explica sobre o câncer de próstata, seu tratamento e aborda também algumas consequências da doença, tais como incontinência urinária e disfunção erétil.
Segundo o Instituto Nacional do câncer (INCA) em 2018 houve 68.220 novos casos de câncer de próstata no Brasil, um aumento de 31,7% em relação a 2017. Em 2018 os homens foram mais atingidos pelo câncer que as mulheres.
Por isso a importância de falar sobre a saúde do homem no blog e incentivá-los a irem ao urologista para fazer o exame necessário para prevenção. Para endometriose não há prevenção, mas para o câncer existe.
Então, atenção endocompanheiros: acima dos 50 anos é obrigatório a realização do exame que detecta o câncer de próstata, mas se ele tiver algum parente de 1º grau que já teve a doença, a recomendação é a partir dos 45.
Mas com o homem não tem o hábito anual de ir ao médico, como a mulher vai ao ginecologista, eu acho essas idades muito avançadas. Se fosse eu iria antes, pois como dia o ditado: “é melhor prevenir que remediar”.
Nossa saúde é o bem mais precioso que temos na vida. Não podemos deixa-la para depois. Pense nisso. Beijo carinhoso! Caroline Salazar
Por doutora Ana Paula Bispo
Edição: Caroline Salazar
Novembro Azul: mês de luta e de conscientização do câncer de próstata
A próstata é um órgão muito pequeno que se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. Ela envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada, além de produzir parte do sêmen, liberado durante o ato sexual.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens em todas as regiões do país, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma.
O único fator de risco bem estabelecido para o desenvolvimento do câncer de próstata é a idade. Aproximadamente 62% dos casos diagnosticados no mundo ocorrem em homens com 65 anos ou mais.
Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.
Na fase inicial, o câncer de próstata tem evolução silenciosa. Muitos homens não apresentam nenhum sintoma ou quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou a noite).
Com a introdução na prática clínica na década de 1990 do PSA (Prostatic Specific Antigen), em conjunto com o exame de toque retal, trouxe a possibilidade de diagnosticar lesões malignas enquanto ainda localizadas na próstata, o que permite, na maioria das vezes, tratamento curativo.
A Prostatectomia Radical é o tratamento padrão-ouro para o câncer de próstata localizado, sendo recomendado pela maior parte dos urologistas. Apesar da cirurgia apresentar bons resultados no controle da doença, a incontinência urinária e a disfunção erétil são suas principais complicações pós-operatórias.
A incontinência urinária afeta o homem substancialmente, levando-o ao desânimo, a depressão e a exclusão social, e tem sido colocada como mais impactante que a disfunção erétil na qualidade de vida do paciente.
A intensidade e a duração da incontinência urinária podem ser variáveis, pois a sua ocorrência é diretamente relacionada ao grau de lesão que ocorreu no esfíncter distal durante o ato cirúrgico.
É por esse motivo que alguns pacientes que realizaram a cirurgia não desenvolvem o problema, enquanto outros desenvolvem perda severa de urina.
O tratamento fisioterapêutico nesses casos é para a reabilitação dos músculos do assoalho pélvico. O treinamento dessa musculatura visa melhorar a força e a resistência muscular da região, promovendo assim o fechamento uretral.
O tratamento pode ser realizado por meio de exercícios dos músculos do assoalho pélvico, biofeedback, eletroestimulação com eletrodo anal, ou a combinação desses métodos.
Fonte imagem próstata: Master Clínicas
Fonte dados: INCA – Instituto Nacional do Câncer
Fonte Novembro Azul: Sobre Barba