O grande debate sobre tratamento: quais são definitivos e quais não são?

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Em mais uma tradução inédita, o médico americano, doutor Robert Albee Jr., explica de maneira bem simples sobre os tratamentos definitivos e os não-definitivos da endometriose. 

Infelizmente, ainda há muita confusão na cabeça das portadoras (e na dos médicos também!) sobre os tipos de tratamento, para que servem, e também, sobre sua eficácia. E eu percebo isso quando falamos na cura. Há seis anos falando sobre isso, e ainda é difícil a compreensão.

Por isso, este texto do doutor Albee, que atuou como cirurgião excisista por mais de 30 anos, é muito importante tanto às pacientes quanto aos médicos. Numa linguagem muito simples, ele explica os tratamentos que são definitivos, ou seja, que podem levar à cura, e os não-definitivos, que apenas tratam e controlam os sintomas.

Compartilhe mais um texto exclusivo do blog A Endometriose e Eu e ajude-nos a salvar vidas e a levar uma nova conscientização da endometriose. Beijo carinhoso! Caroline Salazar 

 

Por doutor Robert Albee Jr.
Tradução: Alexandre Vaz
Edição: Caroline Salazar

Grande debate sobre tratamento: definição de alguns termos importantes

 

Vamos usar duas grandes categorias de tratamento:

1- Tratamento definitivo.

2- Tratamento não-definitivo

1- “Tratamento definitivo”: inclui todos os tratamentos que buscam remover completamente todas as áreas de endometriose.

  • Laparotomia com excisão de todas as áreas (usando a técnica e fonte de energia escolhidas pelo cirurgião), LAPEX.
  •  Laparoscopia com excisão de todas as áreas (usando a técnica e fonte de energia escolhidas pelo cirurgião), LAPEX.
  • Histerectomia/Ooforectomia apenas se todas as áreas de “endometrioses” forem completamente removidas ao mesmo tempo (LAPEX).
  • Possíveis técnicas futuras usando fontes de energia externas para remover a “endometrioses”.

2- “Tratamentos não-definitivos”: incluem opções de tratamento que buscam controlar os sintomas.

  • Observação: não se enquadra em nenhuma categoria, mas ainda é uma opção de “não-tratamento” se o diagnóstico da paciente é incerto, a realização de exames é normal, e a dor é facilmente controlável.
  • Supressão da doença:
  • Inibição simples da ovulação
  • Terapia com progesterona
  • Terapia anti-estrogênio
  • Inibição da ovulação avançada resultando em castração médica
  • Inibidores de aromatase
  • Redução da doença:
  • Laparotomia com remoção de alguns, mas não todos os focos
  • Laparoscopia com remoção de alguns, mas não todos os focos

O tratamento padrão para endometriose hoje não mudou significativamente durante a minha carreira profissional. Essa abordagem é predominantemente “não-definitiva”.

Começa com tratamentos supressivos simples, usando supressivos mais fortes quando a dor e a infertilidade persistem, e pode incluir cirurgia com remoção parcial dos focos, e por fim, histerectomia quando a doença permanece descontrolada.

Infelizmente, eu vejo muitas pacientes histerectomizadas que, na verdade, apenas precisavam de ter os focos removidos em sua totalidade– excisados – para atingir uma qualidade de vida satisfatória.

Pior ainda, se os focos não forem todos removidos durante a histerectomia (nota da editora: retirada do útero), a dor continuará apesar da ausência do útero ou até dos ovários se a portadora for colocada em uma terapia de substituição hormonal (basicamente uma boa ideia em mulheres castradas em idade pré-menopausa).

Porque se manteve o tratamento não-definitivo como padrão do tratamento da doença?

No próximo texto vou continuar esse debate, junto com a minha abordagem para tratamento.

Fonte texto: https://topendodoc.com/
Fonte imagem: Deposit Photos/ Caroline Salazar

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