Foi com grande surpresa que recebi este texto da advogada Nathalia Veras, coordenadora da EndoMarcha Boa Vista, e quem também edita alguns dos meus textos.
E, foi a partir de um desses textos (“7 milhões de acessos”), que ela teve a ideia de escrever sobre a importância do A Endometriose e Eu em sua vida, e o impacto que as informações prestadas exclusivamente pelo blog tem na vida das endomulheres do Brasil e do mundo.
Sou muito grata a Deus por ter tido a oportunidade de idealizar o blog, mas sou ainda mais agradecida por ter feito meu caminho se cruzar com os de pessoas tão especiais, como a Nathalia e todos os outros coordenadores da EndoMarcha Time Brasil, que estão juntos conosco na luta pelos diretos e pelo tratamento das endomulheres brasileiras.
Sem muitas palavras por este carinho tão especial. Beijo carinhoso! Caroline Salazar
Por Nathalia Veras
Edição: Caroline Salazar
Desde os meus 10 anos (quando tive a menarca), tenho sintomas de endometriose, mas foi com 11 que comecei a ter dores insuportáveis.
O diagnóstico só veio em 2013 na primeira cirurgia e, quando eu soube que teria que fazer a segunda cirurgia, entrei em desespero. E, como muitas, encontrei amparo no blog A Endometriose e Eu. Passei a ler tudo, como se não houvesse amanhã (risos!).
Como eu me identifiquei! Finalmente alguém que me entendia melhor que eu mesma. Fiquei sabendo de sintomas que eu tinha e nem sabia que eram da endometriose, como diarreia, prisão de ventre e dor na relação sexual.
Encontrei um lugar para ter um “diálogo” sincero, até para falar de cocô. Mesmo sem conhecer a Caroline, eu a conhecia. Ela nem sabia quem eu era, mas eu “batia altos papos” com ela…
Um dia, eu estava em São Paulo e criei coragem para mandar um e-mail . Falei que eu queria ajudar a lutar por políticas públicas e que minha mãe (atualmente Deputada Estadual) podia ajudar.
A união rendeu a primeira lei estadual no Estado de Roraima instituindo a “Semana de Conscientização e Enfrentamento à Endometriose”.
Pode não ser tanto, mas esse é o primeiro passo para que haja maior conscientização da sociedade sobre a doença e é a prova de que juntas podemos conseguir muito mais.
Eu me emociono quando vejo esses 7 milhões de acessos e sei que eu estou dentro desse número. Eu, apenas um dos acessos, mas “o” acesso que fez toda diferença na minha vida.
E, espero, que esse meu acesso tenha feito a diferença na vida de outras endomulheres, seja pela EndoMarcha em Boa Vista, que eu coordeno (cadastre-se gratuitamente), seja pela lei estadual, seja pelas palavras de apoio e abraços que eu já dividi com as endoamigas.
Quis escrever esse texto para falar da Caroline, e acabei falando foi de mim. Acho que caberia até ir para a coluna “História das Leitoras” (risos!).
Embora o blog seja premiado, acho que ela não tem a noção exata da importância do seu papel de levar fé, esperança e luz no fim do túnel às endomulheres que sofrem com esta terrível doença.
O blog não difunde apenas informações, mas confiança, cumplicidade, perspectiva de cura e compreensão.
Acho que eu poderia resumir a mensagem da Caroline em algumas frases: há cura; a dor existe e não é normal; e vamos nos unir.
E essas frases se multiplicariam por muitas lutas: luta por diagnóstico rápido, luta por tratamento adequado e digno, luta por políticas públicas, luta pela desmistificação da doença, etc.
Parabéns ao blog A Endometriose e Eu! Parabéns, Caroline Salazar! Parabéns a todos e todas que colaboram para que os textos cheguem a nós, leitoras.
Um dos seus textos fala de anjos… Você é, Caroline, sem dúvida, o endoanjo é muitas mulheres, inclusive minha. Beijos carinhosos!
Imagem: Deposit Photos/ Caroline Salazar