Quem tem endometriose escuta muito a palavra “dor pélvica”. Porém há diferença entre a dor pélvica aguda e a crônica, bem como os motivos que desencadeiam essas dores. Neste texto, o médico e cirurgião americano, doutor Andrew Cook, explica tudo que você precisa saber sobre dor pélvica, tanto a crônica como a aguda.
Após o brilhante texto “Será que sua dor pélvica é endometriose”, onde ele explica as causas mais comuns de dor pélvica, desta vez, o doutor Cook aborda as causas mais frequentes de dor aguda e de dor crônica na mulher e também as causas menos frequentes de dor crônica.
Nesta tradução exclusiva ele também explica os sinais de aviso que seu corpo lhe dá, quando e como a dor pélvica deve ser investigada, o tipo de dor pélvica, que pode ser ginecológica, do trato urinário, gastrointestinal e que pode envolver também a musculatura pélvica, e como tratar a dor pélvica.
Compartilhe mais uma tradução exclusiva do A Endometriose e Eu que vai ajudar muitas mulheres a descobrirem o real motivo de sua dor. Beijo carinhoso! Caroline Salazar
Por doutor Andrew Cook
Tradução: Miriam Ávila
Edição: Caroline Salazar
Dor pélvica: diferença entre a aguda e a crônica, suas causas, seus sintomas e tratamento!
A dor pélvica refere-se a dor na parte inferior do abdômen e pode ser aguda (curto prazo) ou crônica (com duração de 3 meses ou mais).
Pode ser esporádica ou constante, maçante ou afiada, leve a grave e pode ser desencadeada ou exacerbada por atividades cotidianas e processos corporais, incluindo exercícios, relações sexuais e orgasmo, menstruação e ovulação, micção e defecação (movimentos intestinais).
Essa dor afeta a vida de milhões de homens e mulheres em todo o mundo. Você não está sozinha e não há necessidade de sofrer em silêncio.
A dor pélvica é uma condição comum que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. E repetimos que não há necessidade de sofrer em silêncio. Estamos aqui para ajudar a acabar com o ciclo da dor para que você possa recuperar sua vida.
O que causa dor pélvica nas mulheres?
Esta dor pode resultar de múltipla causass e na mesma pessoa, a dor pode ser de natureza multifatorial. Nas mulheres, a dor na pelve pode ser devido a um problema com o útero, as trompas, os ovários, o trato urinário e o intestino inferior (cólon retosigmóide), os músculos da parede pélvica e os ossos pélvicos, o tecido que liga a pelve (peritônio), os nervos pélvicos e os vasos sanguíneos, o colo do útero, a vagina e a vulva.
Causas comuns de dor aguda:
- Rutura do cisto ovariano;
- Torção ovariana;
- Apendicite;·
- Gravidez etópica;
- Pedras nos rins;
- Obstrução intestinal aguda (muitas vezes devido a aderências ou endometriose intestinal invasiva);
- Infeções pélvicas e genitourinárias (infeção da pelve, do trato urinário ou do aparelho genital);
- Gastroenterite (inflamação aguda do trato gastrointestinal.
Causas comuns de dor crônica:
- Endometriose;
- Adenomiose;
- Dismenorréia primária;
- Fibroides;
- Cistite intersticial (síndrome da bexiga dolorosa);
- Cistos ovarianos;
- Disfunção da parede pélvica;
- Aderências pélvicas e abdominais;
- Vulvodinia;
- Irritação e inflamação gastrointestinal (proctite, colite, diverticulite, problemas de motilidade, cólon redundante, fissuras anais, hemorróidas, endometriose intestinal, alergias e sensibilidades alimentares).
Causas menos comuns de dor crônica:
- Hérnia;
- Neuralgia pudídica e aprisionamento do nervo pudendo;
- Neuropatia da parede abdominal;
- Síndrome de congestão pélvica;
- Síndrome da cintura pélvica;
- Prolapso de órgão pélvico (prolapso envolvendo útero, bexiga e/ou intestino);
- Síndrome do ovário remanescente;
- Reação das células gigantes do corpo estranho;
- Anormalidades mullerianas do trato genitourinário;
- Câncer dos órgãos pélvicos;
- Apendicite crônica;
- Hipersensibilidade visceral generalizada (aumento da sensibilidade dos órgãos e dos tecidos pélvicos).
Quando é hora de procurar ajuda de um especialista?
Se você tiver um início súbito e severo de dor pélvica, procure ajuda médica urgente. Este tipo de dor aguda pode apresentar-se como uma emergência médica que exige avaliação e cuidados imediatos.
Se você está tendo dor pélvica crônica que está interferindo nas atividades diárias, isso não é normal.
Embora esta dor, especialmente nas mulheres, seja tristemente comum, não é normal ou aceitável – muitas vezes as pacientes viveram com seus sintomas durante um período de tempo prolongado porque a dor delas foi banalizada por outros, incluindo a comunidade médica.
Ninguém deveria ter que viver com dor debilitante. Com diagnóstico e tratamento de um especialista em dor pélvica, você pode recuperar sua qualidade de vida.
A intervenção atempada pode evitar anos de sofrimento e debilitação desnecessários e, em alguns casos, pode prevenir a progressão da doença e as sequelas associadas.
Sinais de aviso:
- Você está contando com analgésicos sem receita para aliviar as dores regularmente;
- A medicação para dor com receita médica só alivia a dor temporariamente;
- Você tem que planejar tudo em função de sua dor, evitando certas atividades ou não agendando eventos em determinadas ocasiões de seu ciclo menstrual;
- A dor está perturbando seu sono;
- Você está faltando à escola ou o trabalho devido à dor;
- A dor está interferindo na sua capacidade de ter relações com seu parceiro.
Como a dor pélvica é investigada?
Devido à variedade de possíveis causas e sintomas diferentes, o primeiro passo na avaliação da sua condição é realizar um histórico detalhado da paciente, ou seja, uma anamenese bem detalahada.
Será solicitado que você forneça registros médicos e exames anteriores e preencha um questionário detalhado para descobrir a natureza e a duração da sua dor. A avaliação inicial ajudará a orientar a avaliação e o diagnóstico subsequentes da sua dor.
Dor pélvica ginecológica:
Se houver suspeita de origem ginecológica, será realizado um exame pélvico abrangente. Isso geralmente será acompanhado de um ultrassom transvaginal e/ou de um ultrassom abdominal.
Às vezes, imagens adicionais podem ser indicadas, incluindo a ressonância magnética. O diagnóstico de dor pélvica ginecológica também pode exigir procedimentos invasivos, incluindo histeroscopia (introdução de uma câmera no útero) e laparoscopia (introdução de uma câmera na pelve através da barriga).
Dor pélvica gastrointestinal:
Dependendo da natureza dos seus sintomas, podem ser necessárias amostras de fezes, sangue, exame físico (exame do abdômen e um exame retal) e imagens (ultrassom, ressonância magnética e colonoscopia) para investigar a origem da sua dor.
Dor pélvica do trato urinário:
Na avaliação da dor associada ao trato urinário, podem ser realizadas colheitas de urina e de sangue, bem como imagens da bexiga, dos uréteres e do rim, e cistoscopia (introdução de uma câmera na bexiga).
Dor envolvendo a musculatura pélvica:
Se há suspeita de disfunção da parede pélvica, os músculos da parede pélvica serão examinados durante um exame pélvico. Um fisioterapeuta treinado pode fornecer uma avaliação abrangente de sua função da parede pélvica.
O que pode ser feito com minha dor pélvica?
Dependendo da natureza de sua dor, uma grande quantidade de terapias invasivas e não-invasivas estão disponíveis para resolver ou gerir seus sintomas.
Os tratamentos variam de procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, que envolvem órgãos e tecidos pélvicos e abdominais, terapias médicas para tratar inflamação, infecção e dor, fisioterapia para treinar e relaxar grupos musculares, aconselhamento nutricional para reduzir a inflamação e problemas gastrointestinais e várias terapias complementares para auxiliar em relaxamento, bem como promover estratégias para enfrentar a situação.
Através do nosso acompanhamento cuidadoso à paciente, podemos realizar melhorias dramáticas e contínuas na grande maioria das nossas pacientes com dor pélvica, com muitas relatando uma remoção completa de sua dor.
Diagnosticar e tratar a dor pélvica pode ser complexo e requer experiência e uma ampla gama de tratamentos de terapias para fornecer cuidados personalizados a cada paciente.
Fonte: Vital Health
Fonte imagem: DepositPhotos/ Caroline Salazar
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