Abril Roxo: Mês de Conscientização da Adenomiose!

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Por Caroline Salazar
Edição: doutor Alysson Zantta

Quando o Março Amarelo termina, entra em cena o mês de abril e neste ano é ainda mais especial para o A Endometriose e Eu, pois o blog completa 10 anos de vida. Uma década levando informação e há 8 passando uma nova conscientização da endometriose.

Além de aniversário do blog, você sabia que abril é o mês de conscientização da adenomiose? Desde 2018 escrevo no blog sobre o Abril Roxo para falarmos mais sobre a adenomiose.

Por conta da desinformação e da propagação de alguns mitos, a endometriose é vista por muitos médicos como uma “doença do útero”. Porém, a endometriose não é uma doença do útero, mas sim a adenomiose.

Os principais sintomas da adenomiose são o fluxo intenso e irregular e a cólica forte, por conta da contração do útero. Como esses sintomas podem ser parecidos com a endometriose, é muito importante fazer uma consulta com um especialista.

Muitas endomulheres têm endometriose e adenomiose, por isso pode haver confusão sobre os sintomas. Além do exame físico, o especialista irá lhe pedir exames de imagens específicos para seu caso, e avaliá-los conforme seus sintomas. 

De maneira simples, adenomiose significa a presença de tecido semelhante ao endométrio na camada muscular do útero (o miométrio), onde não deveria existir. 

A adenomiose pode acontecer de forma difusa, ocupando parte ou todo o miométrio, tornando o músculo uterino mais irregular e amolecido, ou focal, quando está localizada apenas em alguma região do útero.

Tempos atrás, o que hoje conhecemos como adenomiose, era chamada de endometriose interna. Mas isso era antigamente, e há algumas décadas já recebeu novo nome.

Já falamos muito sobre a diferença entre as duas doenças, que as chamo de primas-irmãs, no blog com os textos dos especialistas, como o doutor David Redwine: (“Tudo que você precisa saber sobre adenomiose” e “Adenomiose – definição, sintomas, diagnóstico e tratamento”.

O único tratamento para cura da adenomiose é a retirada do útero, diferentemente da endometriose, que não se obtém a cura com a retirada do órgão. Porém, o tratamento da adenomiose também é individualizado.

É possível fazer uso de analgésicos para controle da dor e de hormônios, suprimindo ou diminuindo o período menstrual, para controle dos sintomas.

Ademais, outras intervenções cirúrgicas para amenizar a dor e outros sintomas também são possíveis sem a retirada do útero.

Apesar de a cura ser apenas com a histerectomia, o tratamento precisa ir de encontro com o desejo da mulher. Se ela ainda quiser gestar ou preservar o útero independente de desejo de gestação, o especialista precisa respeitar isso, mas claro que tudo vai de acordo com o quadro da paciente.

É muito bom ter um mês especial de conscientização da adenomiose também. Afinal, muitas pessoas confundem a adenomiose com a endometriose.

E, como uma das missões do A Endometriose e Eu é desmistificar a endometriose, neste ano teremos nossos famosos slides de “Mitos” e “Verdades” – ver destaques Instagram @aendoeeu -, nas redes sociais, para também desmistificar a adenomiose.

Não sei se foi coincidência à parte um mês ser seguido do outro, mas aqui no blog todo dia é dia de conscientizar. Beijo carinhoso!

Nota do editor: 

A adenomiose está fortemente associada à endometriose, e talvez tenham a mesma origem, pois também há relato de adenomiose em fetos, antes do nascimento.

Como ressaltado, os sintomas podem ser semelhantes aos da endometriose, apesar de, em geral, serem menos intensos. A doença pode ser identificada mesmo em jovens, mas seu pico máximo de evolução se dá entre os 35 e 45 anos de idade.

Já a endometriose, tem pico entre 30 a 35, talvez 38 anos. Assim, pode acontecer de mulheres que foram efetivamente tratadas da endometriose em idades mais jovens venham a ter alguns sintomas futuros decorrentes da adenomiose.

A maior importância da adenomiose é que, em casos eventuais, pode haver uma progressão e crescimento uterino muito intensos, inviabilizando gestações. Assim, diante do diagnóstico de adenomiose, há de se monitorar sua evolução e conciliar com planos de gestação. Grande abraço, Alysson.

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